Hoje em dia – Tensão marca enterro de cabo encontrado morto em cela da PM.

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Hoje em dia – Tensão marca enterro de cabo encontrado morto em cela da PM.

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Familiares, amigos e policiais se despediram do cabo Fábio Oliveira.

Militares se mostraram revoltados contra secretário de Estado de Defesa Social, deputados e a imprensa.

Revolta e ameaça a jornalistas marcaram o enterro do cabo Fábio Oliveira, na tarde de sábado (26), no Cemitério Parque Belo Vale, em Santa Luzia, na Grande BH. O militar, suspeito de participar de execução no Aglomerado da Serra, foi encontrado morto na sexta-feira (25) na cela do 1º Batalhão da Polícia Militar, onde estava detido. Durante a despedida do militar, um homem que se identificou como policial civil chegou a sacar uma pistola automática para intimidar a imprensa. Exaltado, um sobrinho da vítima tentou agredir um cinegrafista.

As hostilidades contra os jornalistas, cometidas principalmente por militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), começaram no velório logo pela manhã, assim que cerca de 200 policiais chegaram ao cemitério. Antes, eles participaram de uma carreata, da capital até Santa Luzia, em protesto contra a morte do militar.

Com fitas pretas nos veículos, em sinal de luto, a manifestação, liderada pelo Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar de Minas Gerais, passou pelo batalhão onde o policial foi encontrado morto e a sede da Rotam, na Avenida dos Andradas, no Centro de Belo Horizonte.

Na entrada do cemitério, além de criticar a imprensa, revoltados, os policiais voltaram a repudiar as declarações do secretário de Estado de Defesa Social, Lafayette Andrada. Na última quinta-feira (24), durante visita à casa de familiares das vítimas assassinadas na Serra, o secretário disse que os “bandidos já estavam atrás das grades”, referindo-se aos militares.

Ainda durante o velório, o mesmo suposto policial civil, que usava um broche da Scuderie Le Cocq, pegou um megafone e chamou o secretário de Defesa Social de “vagabundo” e o deputado Durval Angelo, da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, de “protetor de criminosos”. As palavras do policial deixaram os ânimos ainda mais exaltados.

Por volta das 15 horas, o corpo do militar saiu do velório 5 carregado pelo filho, de 21 anos, e por colegas de profissão. Sob aplausos e pedido de justiça, seguiu para a sepultura. Centenas de policiais de vários batalhões prestaram homenagem ao colega e ligaram a sirene de suas viaturas. Nessa hora, houve princípio de tumulto, e os jornalistas precisaram ser escoltados pelo tenente-coronel Alberto Luiz Alves, assessor de Comunicação da Polícia Militar. A filha do cabo Fábio, de 14 anos, passou mal e precisou ser carregada pelo irmão. O tenente-coronel Alberto Luiz disse que a conduta do suposto policial civil será investigada.

Após o enterro, o cunhado do cabo Fábio Oliveira, o microempresário Rogério Magno, disse que a revolta dos militares contra a imprensa não era o desejo de sua família. Magno, que distribuiu comunicado na entrada pedindo que os jornalistas não falassem com os familiares, chamou a Polícia Militar de negligente pela morte do cabo. “Ele deveria ter sido acompanhado no período em que esteve preso. Ele sofreu um dano muito forte com a prisão e não estava preparado para isso. Fábio era um cidadão honesto e decente. Um homem de família voltado para os filhos e a esposa”, afirmou o cunhado.

Rogério Magno cobrou que a polícia militar esclareça em que circunstâncias seu cunhado morreu e lamentou a morte, dizendo que o policial foi pré-julgado e não teve tempo de se defender das acusações.

Neste sábado à noite, amigos e parentes do técnico em enfermagem Renilson Veriano da Silva, 39 anos, e do estudante Jefferson Coelho da Silva, 17, foram até a Igreja do Rosário, no Bairro Serra, onde foi realizada a missa de sétimo dia da morte das vítimas.

Na segunda-feira (28), a Ouvidoria da polícia começa a investigar uma denúncia encaminhada pelo deputado estadual Durval Angelo. Segundo o documento, uma mulher afirma que o soldado Jason Ferreira Paschoalino e um outro policial, identificado apenas como Vinícius, teriam entrado na casa dela e dito para que o marido assassinasse um homem chamado “Neguinho”. Como ele se negou a matar o homem, os policiais teriam “plantado” drogas na casa e o levado preso.

O caso está na Corregedoria Geral da PM desde dezembro, quando teria acontecido. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia cobra agilidade nas apurações. Está marcado, também para segunda, o depoimento dos três soldados na Corregedoria.

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/minas/tens-o-marca-enterro-de-cabo-encontrado-morto-em-cela-da-pm-1.245798

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