DiárioOnLine – Mistério na morte de transplantado em Belém-PA
Adilton não morreu na hora, ainda foi socorrido e levado para a reanimação, mas faleceu minutos depois. O paciente havia se submetido a um transplante de rim na sexta-feira passada e, de acordo com a nota, “seu quadro clínico vinha evoluindo positivamente. No entanto, apresentava sinais de ansiedade. A direção do Ophir Loyola esclarece que o paciente era monitorado por psicólogos e assistentes sociais do setor de transplantes do hospital, além de ter o acompanhamento permanente da família”, diz a nota.
A família do paciente busca por respostas. “A assistente social e a psicóloga contaram para mim que ele estava com a esposa no quarto. Depois saiu andando pelo andar, entrou em uma sala que estava em reforma e pediu que a esposa pegasse uma máscara para ele. Quando ela voltou, ele não estava mais. Elas contaram que ele pulou a janela e passou para a platibanda, caminhou até a ponta e não sabem se ele se jogou ou caiu. O meu primo estava sob forte medicação”, disse Mauro Almeida Fernandes, primo do paciente.
Ainda segundo o parente, logo após o transplante quando acordou da cirurgia, Adilton tentou se jogar da janela do quarto e foi transferido para um apartamento sem janelas. “Eles disseram à esposa (Eliana Anjos) que o hospital não tinha como colocar uma pessoa para ficar o tempo todo com ele e que era para ela ficar com o marido. E foi o que ela fez, mas hoje (ontem) ele estava bastante agitado e disse que queria tomar um remédio para acalmar, mas informaram a ela que a medicação só poderia ser dada à noite. Foi só um instante que ela saiu de perto dele e aconteceu esse incidente”, disse Mauro.
DIÁLISE
Adilton estava há seis anos aguardando o transplante, tempo que fez tratamento de diálise no HOL. Ele recebia benefício do governo por não poder trabalhar. Antes era ambulante e morava com a família no bairro do Curuçambá, em Ananindeua. “Ele era um homem pobre e deixou dois filhos de 11 e 10 anos. A esposa é dona de casa”, disse o primo.
Segundo a assessoria de comunicação do hospital, o serviço social vai dar apoio psicológico à família, assim como ajudar com o funeral. O caso foi registrado na Seccional Urbana de São Brás e será investigado pela delegada e diretora da unidade, Maria Lúcia Santos.
Nenhum funcionário quis falar sobre o assunto e não permitiram que a imprensa falasse com outros familiares. A assessoria de comunicação informou que apenas a nota enviada à redação era o posicionamento do HOL.
A morte do paciente foi recebida com pesar e susto pela Associação dos Renais Crônicos e Transplantados do Pará. Segundo a presidente, Belina Soares, o paciente renal precisa de um cuidado redobrado, pois tende a ser depressivo. “Psicologicamente são muito vulneráveis. Principalmente na fase da diálise. O tratamento é muito difícil. A vida dele está sempre por um fio e ligada a uma máquina. O Adilton estava na fila de prioridades pois seu corpo não dava mais acesso ao tratamento por estar muito debilitado. Na terça feira eu estive com ele e estava bem, se recuperando”.
Belina questionou o fato de Adilton estar pós-operado e caminhando pelo hospital. “Ele estava com uma sonda e tinha acabado de passar por um procedimento muito delicado. Não poderia em hipótese alguma estar andando pelo hospital”. (Diário do Pará)
Fonte: http://www.diarioonline.com.br/noticia-142108-misterio-na-morte-de-transplantado-em-belem.html