Antonio Palocci pede demissão e deixa o governo Dilma
A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) vai substituir Palocci na Casa Civil.
O ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Antonio Palocci, entregou no início da noite desta terça-feira sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. O ministro comunicou a decisão à sua equipe no início da tarde e a forma como o pedido seria feito foi discutido entre o próprio Palocci, a presidente Dilma e outros assessores da Presidência. Com a baixa na equipe, a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) foi convidada para assumir a pasta.
Em nota, a assessoria da Casa Civil afirmou que “o ministro considera que a robusta manifestação do procurador-geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta. Considera, entretanto, que a continuidade de embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, decidiu solicitar seu afastamento”.
Na segunda-feira à noite, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, havia anunciado que iria arquivar o caso por falta de evidências contra o ministro. Mesmo assim, a oposição e até aliados do governo Dilma deram declarações entendendo como inevitável a saída de Antonio Palocci. Em uma última tentativa de articulação para salvar o ministro, a senadora Marta Suplicy reuniu senadores do PT para pedir assinaturas em uma declaração de apoio, mas os correligionários se recusaram a firmar o documento.
Nesta terça, três senadores do PDT assinaram o pedido de uma CPI para investigar as denúncias de enriquecimento ilícito feitas contra Palocci. Com isso, o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres, informou que falta apenas uma assinatura para que a oposição consiga quórum para criar a comissão. É necessário o apoio de 27 senadores e até agora 23 já assinaram o requerimento, mas a oposição conta ainda com o apoio declarado de Pedro Simon e Ricardo Ferraço, do PMDB e de Itamar Franco, do PPS, que elevaria o número para 26.
Entenda o caso
O ministro Antonio Palocci está no centro de uma polêmica após o jornal “Folha de S.Paulo” revelar que, em quatro anos, seu patrimônio pessoal se multiplicou por 20 – saltando de R$ 375 mil, em 2006, para R$ 7,5 milhões em 2010.
A Casa Civil tentou minimizar a denúncia e afirmou que todas as informações relacionadas à evolução patrimonial do ministro constam de sua declaração de renda de pessoa física, assim como são “regularmente enviadas” à Receita Federal – incluindo informações da empresa Projeto, da qual Palocci tem 99,9% do capital. Diz ainda que Palocci não reside no apartamento de R$ 6,6 milhões comprado em São Paulo.
Repercussão
Em visita ao Brasil, nesta segunda-feira (6), o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, desejou “força” para o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, ao encontrá-lo no Palácio do Planalto em referência à polêmica.
Tanto a decisão da Procuradoria Geral da República (PGR) quanto as explicações dadas pelo ministro, na última sexta-feira, à TV Globo e ao jornal “Folha de S. Paulo”, não reduziram a pressão para que ele deixasse o governo.
Casa Civil é alvo constante de ataques
Nos oito anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, dois ministros da pasta deixaram o cargo sob suspeição: José Dirceu e Erenice Guerra. No governo Dilma, o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, suspeito de enriquecimento ilícito foi o alvo. Em 2006, Palocci foi obrigado a renunciar ao cargo de ministro da Fazenda para não comprometer ainda mais o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ‘maldição’ envolvendo a Casa Civil não é de hoje. Em 2004, o ministério foi o pivô do primeiro escândalo do governo Lula. O então subchefe de Assuntos Parlamentares, Waldomiro Diniz, homem de confiança do então ministro da pasta, José Dirceu, apareceu em um vídeo cobrando propina para o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Quando o vídeo foi gravado, em 2002, Diniz era presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte:O Tempo Online
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Posso estar sendo precipitado, mas devido o historico da casa civil acho que Gleisi esta queimando sua chance de ser governadora do Paraná um dia.