Super Heróis da vida real – Jovens vestidos de super-heróis patrulham as ruas de Nova York

Cotidiano,

Super Heróis da vida real – Jovens vestidos de super-heróis patrulham as ruas de Nova York

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Jovens novaiorquinos estão saindo às ruas vestidos de super-heróis para patrulhar a cidade e “melhorar” a vida de todos.

Da esquerda para a direita: Nitro, Zero, Samaritan Prime e Battlestar

O grupo, batizado de The New York Initiative (A Iniciativa Nova York, em tradução literal) é parte de um movimento global de pessoas que se autodenominam “heróis da vida real”.

Acompanhei alguns membros do grupo durante uma noite em Nova York.

Na conversa, um dos jovens, que atende pelo nome de Samaritan Prime (O Melhor Samaritano, em tradução livre), explicou que os participantes do movimento mantêm suas identidades em segredo.

“Se você se transforma em um símbolo sem nome, pode representar muito mais do que apenas uma pessoa”.

Essa frase poderia ter sido dita por um super-herói como o Batman.

E o jovem falando à BBC até se parece um pouco com o Batman, usando uma roupa de combate e uma máscara facial de couro preto.

“Sou apenas um homem vestindo um traje”, diz. “Mas estou tentando fazer o que nós todos deveríamos tentar, tornar a vida de todos um pouco melhor”.

O filme Kick-Ass – Quebrando Tudo é baseado neles.

Vida Real

O movimento vem crescendo. Começou nos Estados Unidos e hoje inclui pessoas em cidades como Birmingham e Norwich, na Inglaterra.

Hoje, os integrantes do NYI estão patrulhando a perigosa região conhecida como South Bronx Projects, procurando por encrenqueiros e suas vítimas.

Os super-heróis Zero e Short Cut usam skates, Samaritan vai de bicicleta.

Battlestar, Nitro e Deaths Head Moth estão a pé.

“Às vezes nos deparamos com brigas de bêbados, violência doméstica, um roubo, qualquer coisa desse tipo”, explica Deaths Head Moth.

“Uma vez eu impedi um estupro. Dois homens estavam levando uma garota bêbada para casa com eles”.

“Eles estavam falando sobre tudo o que iam fazer com ela. Eu me aproximei e disse a eles que se afastassem dela”.

Armas Pouco Convencionais

Enquanto andamos, Samaritan toca uma gaita. “É mais uma arma do que um instrumento”, ele explica, mostrando como as bordas de metal afiado podem ser cravadas no rosto de alguém.

Apontando na direção de Nitro, ele diz: “Meu amigo aqui estava na aula onde eu ensinei sobre armas não convencionais. Ele pode contar, por experiência, como é ser atacado por uma gaita”.

Balançando a cabeça, Nitro comenta: “Não quero enfrentar uma gaita, nunca mais”.

O instrumento é um entre vários ítens carregados pelo grupo que são capazes de provocar danos em uma briga, porém cujo porte é legal.

Alguns dos jovens vestem luvas cravejadas de metal. Um carrega uma lanterna de metal que pode ser usada como um porrete.

Assassino à Solta

Deaths Head Moth admite que às vezes usa a violência.

“Não faço isso para punir os malvados e, sim, para proteger as vítimas”, ele explica. “Mas algumas pessoas não reagem bem quando alguém lhes pede, educadamente, que parem de fazer o que estão fazendo”.

As autoridades americanas dizem que a luta contra o crime deveria ser tarefa da polícia. O Departamento de Polícia de Nova York se recusou a comentar as atividades do grupo.

Com desprezo, Zero comenta: “Confira as estatísticas. Eles (os policiais) não mostram a cara”.

Um perigoso assassino está atacando prostitutas em Nova York no momento. A equipe está oferecendo proteção a mulheres que acham que podem estar sob risco.

“Estamos fazendo o que podemos”, diz Zero. “Se tivéssemos algo mais a oferecer, ofereceríamos”.

‘Maneiro’

Em torno de nós, no South Bronx, há evidências de tráfico de drogas.

Deaths Head Moth acha que a presença do grupo impede atividade criminal.

“Pequenos saquinhos de crack”, explica Deaths Head Moth. “São do tamanho de um selo de carta”.

A patrulha corre sem incidentes. A equipe acha que sua presença impediu algumas operações de tráfico.

“Eles nos veem e saem correndo”, diz Samaritan. “Vão para as esquinas escuras onde todos os insetos se escondem”.

“Estamos fazendo algo”, diz Zero. “É melhor do que ficarmos sentados e reclamando”.

Mas será que ele não acha a roupa um pouco ridícula?

“Não mesmo. O que vestimos é o nosso equipamento. O design é um pouco exagerado, mas é maneiro, sabe? Recebo vários elogios”.

Fonte:BBC Brasil


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