O que acontece no cérebro durante a meditação?

O que acontece no cérebro durante a meditação? Quais são os impactos que a meditação traz ao corpo humano fisicamente e mentalmente? Quais são os benefícios da meditação? Neste conteúdo, abordamos um assunto em forma de estudo que mostra os resultados positivos da meditação, principalmente em nosso corpo mental.

Portanto, caso queira saber o que acontece no cérebro durante a meditação, acompanhe-nos até o final da matéria. Vamos lá, leia conosco!

Para abordar a questão da ação da meditação nas funções cerebrais, vamos começar com a característica fundamental do nosso cérebro, ou seja, a plasticidade.

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se modificar estrutural e funcionalmente em resposta à experiência. “Use-o ou perca-o”: este aforismo resume o conceito para o qual a atividade cerebral estimula e direciona a neuroplasticidade através do exercício e da prática.

As funções cerebrais são desempenhadas pelo conjunto de redes neurais que conectam os diferentes distritos neuronais e que podem enriquecer ou, pelo contrário, empobrecer-se de acordo com o número e a qualidade das atividades realizadas pelo indivíduo ao longo da vida.

Córtex pré-frontal

O “distrito” mais envolvido durante a meditação é, sem dúvida, aquele associado ao córtex pré-frontal e suas conexões subcorticais. Em geral, esse circuito neuronal está envolvido em muitas funções de controle sobre pensamentos, habilidades cognitivas e emoções.

É a rede neural que responde aos estímulos emocionais com base em sua relevância, promovendo reações emocionais mais ou menos harmoniosas. Direciona a atenção para estímulos vindos do ambiente externo ou de percepções corporais, direcionando a atenção para um ou outro de acordo com sua saliência relativa.

Dessa forma, decisões e ações coerentes são planejadas. É, portanto, uma função crucial tanto no equilíbrio emocional quanto no planejamento de comportamentos e objetivos individuais.

A meditação parece intervir nesse mecanismo reduzindo a atenção que geralmente se volta para os estímulos emocionais enviados por estruturas subcorticais específicas e aumentando o foco nos estímulos externos.

Menor envolvimento emocional

O que acontece no cérebro durante a meditação? O resultado é um menor envolvimento emocional, um alívio de nossos processos mentais, que podem, assim, focar mais em dados externos.

De certa forma, esses resultados são uma conquista que vem com o exercício. De fato, foram observadas diferenças significativas entre meditadores experientes e meditadores iniciantes, em relação à ativação do córtex pré-frontal.

Parece muito ocupado no início da prática, para se aliviar progressivamente à medida que o meditador se torna mais experiente. O que acontece, portanto, é que mudar o foco dos estímulos emocionais internos para os externos requer um certo esforço, que se torna automático com a prática.

Analisando o fenômeno mais especificamente, podemos observar as mudanças que envolvem o sistema de informação de e para o córtex cingulado e suas conexões corticais. Controla em particular aquela divagação da mente que nos projeta para outra dimensão e que é tão sensível ao valor emocional de nosso estado de espírito.

Maior capacidade de autorregulação

O que acontece no cérebro durante a meditação? Graças à meditação, adquire-se uma maior capacidade de autorregulação, com a consequente diminuição de se perder em seus pensamentos. Mais uma vez, o meditador mostra que tem maior domínio de seus próprios estados emocionais e que tem um papel mais ativo em direcionar a atenção para determinados estímulos.

Para demonstrar essas mudanças, existem os estudos que relatam alterações anatômico-funcionais do córtex cingulado anterior, como aumento da área anterior e redução da posterior.

Outra ramificação do distrito em questão é aquela voltada para a parte do córtex cerebral chamada “ínsula”, que contribui para o processamento emocional ao fornecer informações provenientes da percepção corporal de entradas emocionais.

A meditação estimula diretamente esse sistema neural, aumentando sua atividade e, assim, favorecendo um maior controle sobre as entradas corporais e emocionais. A consequência é que os estímulos que chegam ao córtex, para serem processados no sentido cognitivo, têm menos valor e impacto e, portanto, são mais manejáveis.

Conclusão sobre o que acontece no cérebro durante a meditação

Portanto, o que acontece no cérebro durante a meditação é que os estímulos internos e externos assumem uma carga emocional mais tênue e podem ser processados com maior cognição no nível cortical. Mas não para por aí. De fato, a modificação do valor emocional não diz respeito apenas ao estímulo atual, mas também ao traço de memória.

Consequentemente, a prática da meditação é capaz de remover o alerta emocional de algumas lembranças, reintegrando-as à nossa memória como inofensivas e enriquecidas com detalhes mais neutros ou mesmo positivos.

A memória não é estática, mas é escrita e reescrita: a evocação de memórias induz, de fato, um estado transitório chamado “reativação”, durante o qual as informações podem ser modificadas, reforçadas, removidas, substituídas por outras informações. A reativação termina com o arquivamento do novo traço de memória, através de um processo denominado “reconsolidação”.

A memória de traumas passados muitas vezes irrompe em nossa realidade nos forçando a reduzir nosso campo de ação e pensamento: é como se, graças à meditação, pudéssemos nos livrar de alguns pesos que nos impediam de voar mais alto, olhando para o nosso presente e para o nosso futuro em termos mais proativos. Até a próxima!

O que você achou disso?

Clique nas estrelas