“O Discurso do Rei” A melhor qualidade do filme são os atores.

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“O Discurso do Rei” A melhor qualidade do filme são os atores.

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“O Discurso do Rei” esboça uma questão chave para se compreender estes tempos hodiernos: o poder da mídia. Por mais que seja uma cinebiografia de um rei, sua dificuldade de fala e sua respectiva inserção no momento mais conturbado da história recente, a grande questão do filme é explicitar a influência que a mídia (no caso, o rádio) exercia na população.

            A obra é ambientada na sucessão do trono do rei George V e em todos os trâmites que levaram a coroação de seu filho mais velho, o Duque de York. A grande dificuldade da transição reside na gagueira do futuro rei e protagonista (Colin Firth). Este problema afetará todo o processo e as consequências de um rei com problemas na fala podem ser decisivas na hora de convocar e incorajar o povo para a 2ª Guerra Mundial. Vale ressaltar que a Alemanha contava com Adolf Hitler e seus discursos flamejantes e motivadores. O momento histórico no qual o filme se passa é auge da era do rádio, período em que os discursos começaram a ser  transmitidos ao vivo, legitimando e transformando uma simples narração em acontecimento social nacional. O rádio até então era o meio de comunicação de massa mais importante e foi utilizado inteligentemente por autoriradades neste embrião da sociedade do espetáculo.

Para auxiliar o rei é chamado um terapeuta de fala, o australiano Lionel Logue (Geoffrey Rush).  Um médico sem diploma com tratamentos bastante diferenciados.

É através da relação do rei com o charlatão que “O Discurso do Rei” sensibiliza e agrada. Uma relação médica inusitada com dois personagens bem construídos e díspares. Um filme rico no que tange aos bastidores da 2ª Guerra Mundial, que aborda com fidelidade a gênese dos problemas em voga. O terapeuta de fala da um toque de comicidade a trama e proporciona momentos do mais puro non-sense com o monarca.

A melhor qualidade do filme são os atores. A dupla de protagonistas Colin Firth e Geoffrey Rush são a prova viva de que o melhor do cinema inglês é a dramaturgia. “O Discurso do Rei” é um filme sobre a superação e o poder da comunicação. O diretor Tom Hopper comprovou seu talento de encenador e com um filme classicista e convencional, tem boas chances no Oscar 2011.

Lucas Murari 
[email protected]

 
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