G1 – PM preso em briga de trânsito nega roubo de rádio de carro no Rio
Confusão aconteceu em Jacarepaguá e envolveu jogador do Flamengo.
Segundo delegado, PM confessou ter feito disparos contra veículo.
O policial militar do 6º BPM (Tijuca) que foi preso após uma briga de trânsito, na Estrada do Catonho, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, acusado de atirar contra um carro e roubar o som do veículo, confessou, em depoimento, que fez os disparos, mas negou que tenha cometido o roubo. A informação é do delegado responsável pelo caso, Angelo Lages, da 33ª DP (Realengo).
“Ele respondeu a poucas perguntas. Mas o que ele falar é quase irrelevante diante de tantas testemunhas e provas. Ele foi preso em flagrante”, afirmou o delegado.
O acidente, ocorrido no domingo (30), envolveu o jogador do Flamengo Éverton Silva. Ele tinha saído de uma boate em Jacarepaguá, quando um carro bateu em sua traseira. Em seguida, um terceiro carro colidiu no último veículo. Durante a discussão, o PM que estava de folga foi preso. Na delegacia, o policial afirmou ter feito os disparos porque teria ficado exaltado com o acidente.
Anteriormente, a informação da polícia, com base nas testemunhas, era de que o PM tinha levado o aparelho de som, alegando que o equipamento seria para ressarcir o seu prejuízo. Segundo o delegado, a polícia tem 10 dias para concluir a investigação. O PM continua preso em Benfica, na Zona Norte. O jogador Éverton será intimado, mas a polícia ainda não informou a data do depoimento dele.
A polícia descobriu que o lateral direito não tinha carteira de motorista. Por causa disso, o delegado afirmou que vai indiciar o jogador por dirigir sem carteira de habilitação e por fuga de local de acidente.
Entenda o caso
De acordo com a polícia, no terceiro carro que colidiu estavam dois PMs. Um deles, que posteriormente foi preso, desceu do veículo armado, apontando a arma para a cabeça do jogador e dos outros envolvidos no primeiro acidente. Ele perguntou quem era o dono do carro com que ele tinha acabado de colidir. Com receio, os jovens se negaram a dizer quem era o proprietário.
Revoltado, o PM atirou três vezes contra o veículo em que bateu. Um dos ocupantes do segundo carro ligou para a Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), que foi até ao local. O delegado Angelo Lages disse que, ao perceber a chegada da PM, o jogador Éverton Silva fugiu.
Advogado nega versão
O advogado do jogador, Diogo Souza, nega a versão da polícia. Souza explicou que seu cliente estava acompanhado de um amigo, e que parou o carro para ajudar um primo que estava com problemas em seu veículo. Ao ter o carro atingido, o amigo do jogador ligou para um reboque.
Segundo o advogado, quando houve o segundo acidente, o carro de Éverton já estava em cima do reboque. Ao escutar os tiros, o jogador foi embora sozinho no reboque.
“Ele ficou com muito medo de ser atingido por uma bala perdida. Como o carro dele já estava em cima do reboque, ele foi embora. Não sei se o Éverton está com a carteira de motorista vencida. O que posso dizer é que essa pessoa que o acompanhava é que estava dirigindo o seu veículo”, afirmou Diogo Souza.
PM é preso por colega de farda
Assim que a PM chegou ao local do acidente, um policial da DPJM deu voz de prisão ao colega de farda. O PM foi encaminhado para a 33ª DP (Realengo). O delegado Angelo Lages explicou que o policial foi atutuado pelos crimes de disparo de arma de fogo em local público, dano patrimonial e roubo qualificado. Segundo Lages, os crimes podem render até 18 anos de prisão.
O relações-públicas da PM, coronel Lima Castro, classificou como inadequado o comportamento do PM e afirmou que o policial pode até ser expulso da corporação.
Lima Castro informou ainda que a arma usada no crime era do outro PM que estava no carro. No entanto, em depoimento, o policial disse que ficou tonto com a batida e não viu quando o amigo pegou a arma. O segundo PM trabalha na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste.