A brasileira é, de acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), a segunda maior consumidora de esmaltes do mundo, perdendo apenas para as americanas o primeiro lugar no ranking das Viciadas em Esmaltes. Mas, enquanto a preocupação estética parece andar em alta por aqui, a preocupação com a saúde das unhas e cutículas não caminha na mesma proporção – a incidência de doenças e inflamações no Brasil é bem maior do que em alguns países. Segundo especialistas, o motivo principal desse índice é o fato de nós sermos um dos poucos países do mundo onde se retira a cutícula semanalmente na hora de pintar as unhas.
O procedimento, que para nós é um hábito, é contra-indicado por nove de cada dez médicos e pode ter consequências desagradáveis para a saúde. “A cutícula é um elemento de proteção, ela age como um selante. Ao retirá-la, abre-se uma porta de entrada para fungos e bactérias que são responsáveis por inflamações e infecções. Nos EUA e Europa, os agentes de saúde que cuidam das unhas, podólogos, manicures e pedicures, não fazem este tipo de procedimento”, explica Robertha Nakamura, coordenadora do Centro de Estudos da Unha da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Uma boa solução para contornar o hábito de tirar a cutícula é aplicar um amolecedor, geralmente esses produtos têm substâncias ácidas que dissolvem a queratina afinando a cutícula, que mesmo fina exerce a função de proteger”, justifica a cosmetóloga Sheila Gonçalves, diretora técnica da Medicatriz Dermocosméticos. Em tempo: ao contrário do que muitos imaginam, quem mais insiste para retirar as cutículas são as clientes, não as manicures.
O hábito de retirar a cutícula está diretamente ligado à beleza do contorno da unha. Mas isso não quer dizer que seja impossível ter um desenho bonito se não retirá-la. Para a diretora da Escola Internacional de Manicures Mavala, em Londres,
Vivemos em um país onde tirar a cutícula é um aspecto cultural, ou seja, quase inevitável. É importante que esse procedimento seja feito de maneira segura, isto é, com um alicate próprio, que a cliente leva para o salão. Assim não corre o risco da manicure utilizar uma ferramenta que não esteja devidamente higienizada. “Cada um deve ter seu próprio alicate, assim como a escova de dentes. Caso contrário, se expõe a riscos como contaminação com bactérias, fungos ou mesmo vírus, como o da hepatite B e C”, explica a dermatologista Paulina Kede, do Rio de Janeiro. “A esterilização em forninhos é arriscada, pois algumas bactérias e vírus são resistentes a temperaturas abaixo de 120 graus, por menos de 20 minutos. Somente uma autoclave a 124 graus por pelo menos 20 minutos garante a esterilização correta das ferramentas, mas não é todo salão que dispõe desse recurso”, justifica a médica.
Manter as unhas hidratadas e nutridas é a melhor saída para evitar qualquer tipo de alergia ou irritação. “A unha é uma placa de tecido vivo. Além da queratina, existem altas concentrações de sais minerais que precisam ser repostos, por conta do desgaste da esmaltação frequente. Portanto, a hidratação deve ser diária, na região em volta da unha quando elas estiverem esmaltadas e, pelo menos duas vezes por semana, nas unhas sem esmaltes”, sugere Jennifer Wiles, de Londres. “Hidratar é importante porque melhora o aspecto da pele, protege, devolve elasticidade e previne danos à pele, cutícula e unha. É um tratamento intensivo mesmo, que associa nutrição e revitalização. Os produtos mais indicados devem conter óleo de canola, manteiga de karité, ômega 3, 6 e 9, óleo essencial de lavanda e hidratantes potentes como a uréia”, esclarece Sheila Gonçalves, lembrando que as unhas dos pés também
Embora aqui no Brasil seja quase uma lei pintar as unhas a cada sete dias, médicos e técnicos do assunto são unânimes ao afirmar que as unhas precisam respirar. Traduzindo: em vez de retirar o esmalte na manicure, para em seguida pintar de novo, é importante removê-lo dias antes do retorno ao salão. “É fundamental deixar a unha respirar sem química. Pelo menos de dois a três dias antes de pintar de novo e, se for possível, ficar uma semana sem esmalte a cada três meses”, aconselha a dermatologista Paulina Kede, do Rio de Janeiro.
Pintar as unhas com um esmalte de qualidade também previne problemas. “O esmalte pode danificar a unha, já que sua formulação contém vários agentes químicos que podem ressecar, provocar manchas e alergias, por isso é mais seguro escolher sempre os de boa qualidade”, ressalta a cosmetóloga Sheila Gonçalves. “De fato, ele danifica a superfície da unha, mas o uso de uma base antes da aplicação do esmalte evita este problema”, complementa Jennifer Wiles. Um bom esmalte deve ter as seguintes características: ser hipoalergênico e não causar enfraquecimento e ressecamento excessivo das unhas, além de não provocar manchas brancas sobre as unhas. Para saber, basta observar as condições da unha ao retirá-lo. Ao menor sinal de alergia ou irritação, vale descartá-lo na próxima ida ao salão.
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