Assange critica decisão de extradição e diz que não teve chance de mostrar “o seu lado da história”

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Assange critica decisão de extradição e diz que não teve chance de mostrar “o seu lado da história”

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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange,  criticou a decisão da justiça britânica de extraditá-lo para a Suécia, alegando que não apresentou “o seu lado da história”.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange,chega ao tribunal de Belmarsh, em Londres, para audiência que definiu sua extradição para a Suécia

“Nunca pude apresentar a minha versão da história. Nunca pude apresentar a minha versão da história”, disse em entrevista coletiva. Segundo o fundador do WikiLeaks, todo o processo “é uma injustiça”.

Segundo Assange, mesmo a luta na apelação de seu caso será difícil. “Os procuradores britânicos contrataram, a largas despesas, o mesmo advogado que defendeu Pinochet”.

O juiz Howard Riddle, da Belmarsh Magistrates Court (tribunal do sul de Londres), aprovou nesta quinta a extradição de Assange para a Suécia. O fundador do WikiLeaks é acusado de delitos sexuais.

A sentença do magistrado ainda não é definitiva para o caso, já que os advogados de Assange anunciaram sua intenção de esgotar todos os recursos para evitar a extradição de seu cliente, o que pode extender o processo por meses. Assange tem sete dias para entrar com pedido de recurso na Alta Corte de Londres.

A defesa de Assange afirma que se o ativista for entregue a Suécia, poderá ser enviado aos EUA, e processado por alta traição, em relação à difusão de dezenas de milhares de documentos oficiais americanos e ser, como possível consequência, executado.

Ao comentar a decisão da corte britânica, o Departamento de Estado americano negou qualquer interferência no caso. “Apesar das afirmações ao contrário, os Estados Unidos não estão envolvidos nessa questão”, afirmou o porta-voz americano Philip Crowley em seu Twitter.

Na última audiência deste processo judicial, ocorrida há duas semanas, a defesa de Assange argumentou que uma extradição representará que o fundador do WikiLeaks será submetido a julgamento sem testemunhas, como o estabelece a lei sueca para os delitos sexuais.

Afirmam que se for entregue a Suécia, poderia ser processado por um delito de alta traição, em relação à difusão de dezenas de milhares de documentos oficiais americanos e, como consequência, executado.

Assange, cujo portal revelou milhares de informações confidenciais consideradas sensíveis dos Estados Unidos, foi detido em Londres em dezembro, depois de receber ordem de extradição da Promotoria sueca.

Assessor de Assange diz não temer extradição

Antes da decisão desta quinta-feira (24), o assessor jurídico do fundador de Wikileaks, Julian Assange, e professor da Universidade de Harvard Alan Dershowitz disse não temer a possível denúncia das autoridades americanas contra seu cliente por publicar documentos secretos.

“No caso de as autoridades dos EUA tentarem denunciar só por publicar documentos secretos tenho argumentos excelentes contrários”, afirmou Dershowitz em declarações publicadas no último sábado (19) pelo semanário alemão “Der Spiegel”.

“Afinal de contas, os juízes no processo pelos chamados ‘Papéis do Pentágono’, no qual participei há 40 anos, condenaram que havia um direito a publicação desse tipo de documentos”.

Naquele caso, que foi abordado o direito da imprensa, como o jornal “The New York Times”, de publicar documentos críticos sobre a Guerra do Vietnã, apesar de o então Governo dos EUA considerar que isso representava uma ameaça à segurança nacional.

Dershowitz considerou que Assange está em uma situação similar, já que se trata “da versão moderna de um jornalista. O processo contra ele seria os ‘Papéis do Pentágono’ do século 21. Trata-se de novos meios e uma nova forma de jornalismo global”.

O conhecido advogado americano ataca às autoridades de Washington ao dizer: “exigem o uso da imprensa em países como o Egito e Irã. Portanto, teremos de deixar claro que não podem medir com dois pesos e duas medidas e limitar o uso dos novos meios quando afete aos interesses dos EUA”.

“Além disso, um tribunal americano não pode ser competente diante de uma organização estrangeira como Wikileaks, que nunca antes foi ativa nos Estados Unidos”, disse o assessor de Assange.

FOnte: UOL citando Reuters

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