Yelp processa Google após gigante de buscas perder caso antitruste

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Yelp processa Google após gigante de buscas perder caso antitruste

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A vitória do governo em uma ação antitruste contra o Google abriu caminho para que a Yelp, um serviço online concorrente que permite aos usuários encontrar e avaliar negócios locais, mova um processo contra a empresa.

Na quarta-feira, a Yelp entrou com uma ação na corte federal em São Francisco, acusando o Google de utilizar seu poder de monopólio em buscas gerais para desviar usuários de provedores de busca local, direcionando-os para suas próprias ofertas. A Yelp busca uma ordem judicial que impeça o Google de continuar com práticas anticompetitivas, além de solicitar danos monetários ainda não especificados.

O processo foi movido após um juiz federal determinar, no início deste mês, que o gigante da tecnologia violou leis antitruste ao construir uma “fortaleza” em torno de seu monopólio de busca por meio de acordos anticompetitivos, como contratos exclusivos com Apple e Samsung para que o Google fosse o motor de busca padrão em seus celulares e navegadores. A decisão deverá ter efeitos significativos no mercado de publicidade digital, com audiências marcadas para setembro que considerarão possíveis soluções, incluindo a divisão da empresa.

Nesse caso, o juiz distrital dos EUA Amit Mehta concluiu que o Google detém cerca de 89% do mercado de buscas gerais, efetivamente tornando-o o “portão de entrada” para a internet. Estima-se que cerca de 9 bilhões de buscas sejam realizadas na plataforma diariamente.

A Yelp, que o Google tentou adquirir em 2009, é uma das primeiras empresas a usar essa decisão para mover sua própria ação antitruste. A Yelp há muito tempo tem feito queixas a reguladores e legisladores sobre o que considera ser um comportamento anticompetitivo do Google, incluindo a prática de extrair conteúdo de concorrentes.

Em uma postagem no blog, o CEO da Yelp, Jeremy Stoppelman, destacou que o Google se isenta do sistema de classificação que utiliza para outros sites. “Quando um consumidor realiza uma busca no Google com intenção local, o Google manipula seus resultados para promover suas próprias ofertas de busca local acima das de seus concorrentes, independentemente da qualidade comparativamente inferior de suas próprias propriedades”, afirmou ele.

A ação judicial da Yelp foca no fato de o Google colocar seus resultados de busca para negócios locais acima dos da Yelp. Quando usuários buscam restaurantes próximos, por exemplo, são mostrados negócios patrocinados pelo Google no topo da página, logo acima de um mapa do Google com outras opções. Os concorrentes lutam por espaço abaixo.

Esse auto-preferenciamento levou a um aumento no volume de buscas que resultam em zero cliques, o que significa que vários usuários nunca saem da página de resultados do Google, alega a Yelp. E mesmo quando há um clique para outro site, cerca de 30% dos cliques levam para outra propriedade do Google, segundo a queixa.

“O Google abusa de seu poder de monopólio em buscas gerais para manter os usuários dentro do ecossistema de propriedade do Google e impedir que eles acessem sites concorrentes”, escreveu Stoppelman. “Essa conduta anticompetitiva desvia tráfego e receita de publicidade de serviços de busca vertical, como a Yelp, que oferecem conteúdo de negócios locais de qualidade objetivamente superior para os consumidores.”

A maior parte da receita da Yelp vem da venda de publicidade de busca local, em concorrência com o Google e outros provedores. Empresas que funcionam de maneira semelhante como provedores de busca especializados incluem Expedia para viagens, Glassdoor para empregos e Zillow para imóveis, entre outras. Os consumidores costumam usar o Google como uma porta de entrada para acessar essas plataformas.

A Yelp apresenta queixas por violações da Seção Dois da Lei Sherman, alegando práticas monopolistas nos mercados de serviços de busca local e publicidade, além de violação da lei de concorrência desleal da Califórnia.

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Charles é formado em marketing e trabalha com internet desde 2002, quando a internet era "a lenha". Após anos trabalhando com conteúdo para consultorias, ele resolveu escrever sobre cultura pop e viagens para passar o tempo.