“Um Lugar Silencioso: Dia Um” estreia nos cinemas brasileiros
Se você deseja revitalizar um filme de terror onde o silêncio é a única forma de sobreviver a uma invasão alienígena, poucas ideias são melhores do que deslocar a história de uma pequena cidade dos EUA para a superpopulosa Nova York. O texto inicial na tela, sobre uma vista aérea de Manhattan acompanhada pelos sons caóticos de buzinas, sirenes e gritos, informa que o nível médio de ruído da cidade é de 90 decibéis, equivalente a um grito humano. Esse cenário faz de “A Quiet Place: Day One” uma experiência intensa que expande habilmente a franquia.
Elenco e Direção
Lupita Nyong’o, que nos cativou com seu medo em “Us”, de Jordan Peele, entrega uma performance impressionante como uma mulher tentando sobreviver enquanto já vive com tempo emprestado. A grande questão era se Michael Sarnoski, após seu aclamado primeiro longa “Pig”, conseguiria seguir com algo igualmente distintivo. A resposta é definitivamente sim. O diretor e roteirista adapta-se ao gênero, mantendo a tensão, espalhando sustos e ganhando nosso investimento emocional nos personagens principais, além de um gato.
Sinopse e Trama
O sucesso inesperado de John Krasinski em 2018, “A Quiet Place”, começou no Dia 89 do ataque alienígena, focando em uma família lutando para lidar com o luto e se manter segura. A sequência de 2021, “A Quiet Place Part 2”, continuou a história, mas adicionou um prólogo de 10 minutos no Dia 1, onde criaturas descem em massa para atacar qualquer humano que faça barulho.
O novo filme espelha esse caos em um ambiente onde o silêncio é difícil de manter. Sarnoski introduz Samira (Nyong’o) fazendo uma contribuição ríspida em seu grupo de terapia em um hospício fora da cidade. Sua saúde está claramente em declínio, indicada por seus adesivos de fentanil transdérmico. Quando ela, acompanhada por seu gato de serviço, Frodo, e o enfermeiro Reuben (Alex Wolff), vai a um teatro de marionetes, a cidade é atingida por uma chuva de meteoros, evocando associações perturbadoras com o 11 de setembro.
Desempenhos e Produção
Enquanto as criaturas alienígenas respondem apenas ao som, o exército rapidamente descobre que elas não podem nadar, levando a um plano de evacuação por balsas. Samira insiste em ir para o Harlem, revelando um significado pessoal profundo relacionado a uma pizzaria favorita.
Os efeitos visuais impressionam ao mostrar Nova York infestada por monstros, com edifícios danificados e ruas em ruínas. A produção aproveita a oportunidade para transformar lugares familiares, como hospitais e catedrais, em armadilhas mortais. Uma das cenas mais tensas ocorre em uma estação de metrô inundada, onde um alienígena persegue Samira e Eric (Joseph Quinn) ao longo das paredes do túnel.
Conclusão
Sarnoski, com a ajuda dos editores Gregory Plotkin e Andrew Mondshein, cria um equilíbrio perfeito entre terror e narrativa emocional. A química entre os atores, especialmente nas cenas finais silenciosas, é profundamente tocante. Nyong’o carrega o filme com uma atuação poderosa, enquanto Frodo, o gato, adiciona um elemento único e memorável.
“A Quiet Place: Day One” é um spin-off que mantém a essência dos filmes anteriores, focando em um pequeno grupo de personagens etnicamente diversos enquanto expande o medo em uma escala maior. A série continua pessoal e intimamente ligada à perda humana, mostrando que ainda tem muito a oferecer.
O filme parece uma resposta as criticas inclusão e representatividade dos outros filmes.
Data de lançamento: Sexta-feira, 28 de junho
Elenco: Lupita Nyong’o, Joseph Quinn, Alex Wolff, Djimon Hounsou
Diretor e roteirista: Michael Sarnoski
Classificação: PG-13, 1 hora e 40 minutos