Mulher é mantida em cárcere privado por mais de 10 anos.

Curitiba

A polícia de Mariluz, a 540 quilômetros de Curitiba, no Noroeste do Paraná, prendeu, na tarde de quinta-feira , o tapeceiro Francisco Ribeiro(60 anos), acusado de manter Clarice Laura de Oliveira( 45 anos) em cárcere privado por mais de 10anos. Segundo a acusação, ela ficava presa em uma casa cercada por muros altos e com janelas e portas trancadas. 

Segundo a polícia, a mulher não demonstrava sinais de agressão física, mas estava com a saúde debilitada. No período, de acordo com a polícia, a mulher recebia apenas a visita de uma de suas irmãs, que disse para a polícia não ter denunciado o caso antes por medo.

A polícia não soube precisar o período exato em que a mulher foi mantida presa na casa. Segundo a polícia, a mulher afirmou que foram quase dez anos. Já o amante disse que foram 15 e a irmã afirmou que foram quase 20 anos.

O imóvel fica a cerca de 1,5 quilômetro da residência de Ribeiro, que é casado. Segundo o escrivão da Delegacia de Mariluz, Edson Lima de Almeida, a denúncia foi feita ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), que acionou a polícia. A mulher não demonstrava sinais de agressão física, embora estivesse debilitada em razão de ter passado vários anos sem assistência médica. Durante esse período, apenas uma de suas irmãs a visitava e conversava a portas fechadas. Ela alegou à polícia que tinha medo de denunciar a situação em que a irmã era mantida.

Ao fazer uma vistoria na casa, os policiais encontraram um revólver calibre 38 e uma espingarda calibre 36, ambos sem registro, o que levou Ribeiro a ser indiciado também por porte ilegal de armas. De acordo com Almeida, o tapeceiro alegou apenas que considerava “normal” o fato de manter a mulher presa na casa. Ele poderia ser solto ainda ontem, pois a Justiça havia estipulado fiança.