Explosão em usina japonesa eleva temor de contaminação nuclear.

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Explosão em usina japonesa eleva temor de contaminação nuclear.

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TÓQUIO – A explosão do edifício que abrigava um dos reatores da usina atômica Fukushima Daiichi no sábado, 12, elevou o temor de um desastre nuclear no Japão.

Atingido no dia anterior por um dos mais violentos terremotos da história, seguido de tsunami que varreu a costa leste do país.

O governo afirmou que a explosão não danificou o reator, o que teria provocado vazamento de material radioativo. Ainda assim, as autoridades ampliaram de 3 quilômetros para 20 quilômetros o raio no qual moradores foram obrigados a abandonar suas casas, o que levou à transferência de 45 mil pessoas para abrigos emergenciais _800 delas ainda estavam próximas da usina quando a explosão ocorreu.

O nível de radiação ao redor de Fukushima estava oito vezes maior que o usual, enquanto na sala de controle, o patamar chegava a mil vezes o registrado antes do terremoto. Logo depois do tremor, o governo decretou “emergência nuclear” pela primeira vez desde que o país começou a utilizar energia atômica, há mais de 40 anos. Ainda no sábado, o alerta foi estendido a uma segunda usina na mesma região.

O secretário-chefe do Gabinete, Yukio Edano, afirmou que a explosão não ocorreu no reator, cuja estrutura de aço teria permanecido intacta. Segundo ele, a queda do edifício foi provocada pelo aumento do vapor em seu interior. Registrada por câmeras de TV, a explosão foi seguida do levantamento de uma enorme nuvem de fumaça.

O representante do primeiro-ministro Naoto Kan sustentou que o nível de radiação na região diminuiu em relação ao dia anterior, quando o sistema de resfriamento da usina entrou em pane.

O tremor de 8,9 graus na escala Richter afetou o suprimento de energia em Fukushima e comprometeu o bombeamento de água para o resfriamento do reator. O tsunami que se seguiu destruiu o gerador de segurança movido a diesel, que deveria continuar a funcionar mesmo na hipótese de total paralisação da planta.

Mesmo com o reator desligado, o material radioativo em seu interior precisa ser permanentemente resfriado com água, o que foi comprometido pelo duplo desastre enfrentado pelo Japão. Sem a realização desse processo, a pressão dentro do reator aumenta gradualmente, até que ele derrete e libera na atmosfera material radioativo. Antes da explosão, as autoridades disseram ter havido pequeno vazamento nuclear e reconheceram que existia a possibilidade de derretimento do reator.

Ao mesmo tempo em que lidava com a emergência nuclear, o governo deslocava soldados e equipes de resgate para o nordeste do país, a área mais atingida pelo tsunami, onde pessoas, cidades, casas, carros e barcos foram arrastados por ondas de até dez metros dez metros de altura. A água avançou centenas de metros sobre a terra e encobriu plantações, inundou aeroportos e submergiu cidades inteiras. O número oficial de mortos subiu u a 686, mas o governo já admitiu que o total de baixas deve ser superior a mil.

As operações de resgate eram dificultadas pelos danos sofridos pela infraestrutura de transporte do país. Estradas próximas da área do tsunami estavam intransitáveis e as linhas de trem que ligam Tóquio à região nordeste do país não estavam operando. Vários aeroportos continuavam fechados, incluindo o de Sendai. Os telefones funcionavam melhor que no dia anterior, mas ainda era difícil realizar ligações para a área mais castigada pelo tremor.


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