Diretores de 'Na Terra dos Irmãos' examinam a situação dos refugiados afegãos no Irã

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Diretores de 'Na Terra dos Irmãos' examinam a situação dos refugiados afegãos no Irã

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“Na Terra dos Irmãos”, a estreia dos jovens diretores iranianos Raha Amirfazli e Alireza Ghasemi, distingue-se significativamente dentro do panorama do cinema contemporâneo iraniano e das narrativas de refugiados. O filme foca em uma comunidade até então quase invisível nas telas: os milhões de refugiados afegãos que encontraram abrigo no Irã, descrito metaforicamente como a “terra de seus irmãos”. No entanto, a realidade desses afegãos é menos fraterna do que o termo sugere, e o filme explora as histórias entrelaçadas de três refugiados de uma mesma família extensa, cada segmento situado em um marco histórico diferente no Afeganistão, começando com a invasão dos EUA em 2001 e terminando com a tomada do poder pelo Talibã em 2021.

Impacto e Recepção

Após sua estreia no Festival de Sundance, onde Amirfazli e Ghasemi ganharam o prêmio de direção na competição dramática mundial, “Na Terra dos Irmãos” ainda busca distribuição nos EUA. A Alpha Violet está gerenciando as vendas mundiais. O filme foi recebido com entusiasmo, destacando-se pela abordagem sensível e por trazer à tona as histórias não contadas dos refugiados afegãos esquecidos.

Motivações e Desafios

Em uma entrevista ao The Hollywood Reporter, antes da estreia europeia do filme no 58º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, os diretores discutiram a falta de representação adequada dos refugiados afegãos no cinema iraniano, muitas vezes retratados de maneira clichê ou como meras vítimas. Tanto Amirfazli quanto Ghasemi têm conexões pessoais profundas com a comunidade afegã e sentiram a necessidade urgente de contar essas histórias de uma maneira realista e envolvente, apesar das dificuldades impostas pela censura governamental iraniana e pela complexidade do tema.

Censura e Comunidade Cinematográfica Subterrânea

Ghasemi comentou sobre a existência de uma vibrante comunidade de cineastas subterrâneos no Irã, que desafia as restrições de censura do governo. Esta comunidade tem sido crucial para permitir que histórias como a de “Na Terra dos Irmãos” sejam contadas, apesar dos riscos significativos envolvidos, especialmente para cineastas afegãos que enfrentam grandes desafios devido à falta de direitos básicos.

Escolha de Formato e Elenco

O filme é contado em três capítulos interconectados, abrangendo um total de 20 anos, uma estrutura escolhida para refletir a repetição cíclica e as dificuldades contínuas enfrentadas pelos refugiados afegãos no Irã. Os diretores optaram por elencar não-profissionais da comunidade afegã, permitindo que as experiências de vida dos atores enriquecessem autenticamente a narrativa.

Conclusão

“Na Terra dos Irmãos” é mais do que um filme; é um ato de coragem e um chamado para a empatia e o reconhecimento de uma crise humanitária prolongada e muitas vezes ignorada. É um lembrete poderoso de que a arte pode e deve abordar questões complexas, servindo como um espelho para as realidades muitas vezes esquecidas ou escondidas por conveniências políticas ou sociais.

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Charles é formado em marketing e trabalha com internet desde 2002, quando a internet era "a lenha". Após anos trabalhando com conteúdo para consultorias, ele resolveu escrever sobre cultura pop e viagens para passar o tempo.