Cidade de São Paulo teve mais mortes no trânsito do que por assassinatos em 2010, aponta relatório.
Apesar de ser o principal fator de percepção de violência da população, a taxa de homicídios está perdendo espaço, na cidade de São Paulo, para as taxas de mortes no trânsito. É o que revelam os números de 2010 divulgados nesta quarta-feira (20) pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), em contraste com os dados sobre a criminalidade nas cidades paulistas expostos, semana passada, pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).
Em todo o ano passado, na capital, o trânsito matou 1.357 pessoas –161 a mais que as 1.196 vítimas de homicídio doloso (intencional) registradas no mesmo período. Um percentual avassalador, mais de 81% desse número, equivale a pedestres e motociclistas que perderam a vida nos 26.370 acidentes registrados nos 12 meses.
Os dados constam do relatório anual de acidentes de trânsito fatais realizado pela CET a partir de registros do IML (Instituto Médico Legal) e boletins de ocorrência de acidentes de trânsito fornecidos pela SSP-SP.
Conforme o balanço, o número de mortos é 1,8% menor que o registrado em 2009, quando foram 1.382 vítimas do tipo –tendência de queda, aliás, verificada pela CET desde 2005. Mesmo assim ainda é grande, entre as vítimas fatais, o percentual de pedestres e motocilistas: entre os mais de 81% que ambos representam no total de mortos, só pedestres equivalem a 46,4% do total –630 mortos em 2010, a maioria homens (73%) e vítimas de atropelamentos por carros (47,7%). Entre os motociclistas, única categoria a apresentar crescimento no número de mortes, em 2010 (11,7%, em comparação a 2009), no ano passado a CET apurou o registro de 478 mortos no trânsito.
Já entre motoristas e passageiros de veículos, houve queda de 9,9% no total de vítimas fatais: os 200 que morreram da categoria ano passado representam baixa em relação aos 222 mortos de 2009, mas o número ainda está muito acima, por exemplo, do total de ciclistas mortos no trânsito –49, contra 61 no ano anterior. Essa foi a categoria em que houve maior queda de óbitos em um ano, 19,7%.
Fonte:Folha UOL