julgamento da viúva da Mega-Sena

René Senna sentado e ao lado esquerdo dele Adriana Ferreira, jovem ex-namorada acusada de ser mandante do assassinato.
Cotidiano,

julgamento da viúva da Mega-Sena

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Após seis horas de atraso, começou, por volta das 16h, o julgamento da ex-cabeleireira Adriana Ferreira de Almeida, viúva do milionário René Senna. Ela é acusada de mandar matar o marido depois de ele ganhar R$ 51,8 milhões na Mega-Sena. O crime ocorreu em 2007.
Além de Adriana, outros três acusados estão sendo julgados: a professora de educação física Janaína Sousa e os PMs Ronaldo Amaral, o China; e Marco Antônio Vicente. A previsão é de que o julgamento dure de quatro a cinco dias. Serão ouvidas cerca de 40 testemunhas.

René Senna sentado e ao lado esquerdo dele Adriana Ferreira, jovem ex-namorada acusada de ser mandante do assassinato.

O ganhador da Mega-Sena assassinado, René Senna, e a viúva, Adriana Ferreira Almeida

Adriana chegou ao Tribunal do Júri de Rio Bonito (72 km do Rio) acompanhada do seu advogado, Jackson Costa Rodrigues, às 15h43. Usando calça jeans, moletom roxo, cabelo trançado e pouca maquiagem, ela se recusou a falar com a imprensa. A ex-cabeleireira aparentava calma e assistiu ao julgamento concentrada, fazendo eventuais comentários com Rodrigues.

O júri que irá decidir a sorte dos réus foi composto, após sorteio, por cinco homens e duas mulheres.

A primeira testemunha ouvida pela juíza Roberta Costa foi o médico especialista em cirurgia vascular Carlos Alberto Barreto Miranda, arrolado pela defesa. Ele contou que atendeu Renné em agosto de 2006, a pedido de Adriana, por conta de complicações decorrentes da sua diabetes.

Logo após foi a vez de Luiz Penco, dono do bar em que o milionário estava quando foi executado. Penco disse que estava no balcão quando dois homens chegaram em uma moto. Um deles desceu armado e atirou contra René. Neste momento, Penco se escondeu nos fundos do estabelecimento e ouviu apenas uma série de tiros.

Segundo o dono do bar, René era uma pessoa calma, que costumava brincar com a sua recém adquirida riqueza, mas evitava falar da vida pessoal.

SEGURANÇA

Das quatro testemunhas ouvidas até por volta das 21h, o depoimento mais longo foi o de Adalberto Lucena, um dos seguranças de René.

Questionado pela defesa, Lucena disse que o milionário contou aos seguranças ter recebido ameaças de morte por parte de seus ex-seguranças, Anderson Sousa e Edinei Gonçalves. Os dois já foram condenados a 18 anos de prisão por serem os autores dos disparos contra René.

Antes do assassinato, os dois haviam sido demitidos, depois de o milionário descobrir que não eram policiais militares.

Segundo Lucena, pouco depois das demissões, o PM Davi Vilhena, segurança e amigo de René, foi assassinado, o que levou o milionário a reforçar sua segurança. Ele, inclusive, carregava uma arma. No entanto, apesar das recomendações contrárias, ele preferia frequentar sozinho o bar em que foi morto.

Lucena também descreveu René como um homem bom, mas muito ciumento, que desconfiava da fidelidade de Adriana.

Segundo ele, o milionário passou o ano novo de 2006 para 2007 sozinho após brigar com a ex-cabelereira. Na época, ele teria dito a Lucena que iria tirá-la do testamento e “acabar com essa palhaçada”. Adriana também foi acusada pelo segurança de restringir as visitas da família de René ao milionário.

As irmãs de Renné, Aldinéia, Jucimar e Miriam Senna também acompanham o julgamento. Para Jucimar é o fim de uma espera de cinco anos. “Espero que ela [Adriana] seja presa logo e que se faça Justiça.” “Tudo que fizemos nos últimos anos foi esperar por este momento”, completou Aldinéia.

Inicialmente, a audiência foi marcada para o dia 4 de novembro, mas acabou adiada após o advogado de Adriana alegar problemas de saúde.

O CASO

Senna foi morto em 2007, dois anos após ganhar R$ 51,8 milhões na Mega-Sena. A viúva teria se aliado a uma amiga e a quatro ex-seguranças do milionário para cometer o crime.

Deficiente físico –Senna teve as duas pernas amputadas por causa da diabetes–, o ex-lavrador foi morto com quatro tiros na cabeça em um bar em Rio Bonito. Almeida é apontada como a mandante do crime.

O ex-PM Anderson Sousa e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira, acusados de serem os autores dos disparos, foram condenados, em julho de 2009, a 18 anos de prisão pelo assassinato de Senna e pelo crime de furto qualificado.

Janaína, julgada hoje, é amiga de Almeida e esposa de Sousa.

Em junho o juiz Marcelo Chaves Espíndola, da comarca de Rio Bonito, julgou improcedente o pedido de reconhecimento de união estável entre Almeida e Senna.

Desde a morte de René, a cabeleireira trava uma batalha judicial com Renata Almeida Senna, única filha do milionário, pelos bens deixados pelo ex-lavrador. O pedido de reconhecimento de união estável foi feito pela própria acusada.

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