Forças líbias avançam sobre últimos redutos pró-Gaddafi

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Forças líbias avançam sobre últimos redutos pró-Gaddafi

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Por Maria Golovnina e Alexander Dziadosz

BANI WALID/SIRTE, Líbia (Reuters) – As forças do novo governo líbio avançaram nesta sexta-feira sobre as sitiadas cidades de Bani Walid e Sirte, na tentativa de eliminar os últimos bolsões de apoio ao deposto regime de Muammar Gaddafi.

Em Bani Walid, 180 quilômetros a sudeste de Trípoli, uma correspondente da Reuters viu os combatentes anti-Gaddafi deslocando-se sob disparos de morteiros, foguetes e franco-atiradores, e avançando casa e casa, parando para se proteger atrás de muros.

A cidade está sitiada há duas semanas, e o Conselho Nacional de Transição (CNT) acredita que membros importantes do antigo regime tenham se refugiado por lá.

Nos arredores de Sirte, cidade-natal de Gaddafi, na costa do Mediterrâneo, outro correspondente da Reuters viu quatro tanques e várias caminhonetes equipadas com metralhadoras avançando na direção do centro, de onde partiam explosões, rajadas e foguetes. Aviões da Otan sobrevoavam a região, e colunas de fumaça negra se erguiam de alguns pontos.

Quatro semanas depois de ser derrubado, Gaddafi, de 69 anos, continua foragido e conta com a lealdade de centenas de combatentes em Sirte, em Bani Walid e na região de Sabha, nos confins do Saara.

Enquanto tenta eliminar a resistência pró-Gaddafi, o CNT se esforça também para manter a unidade e restaurar a ordem. Depois de receber na véspera as visitas dos chefes de governo da França e Grã-Bretanha, nesta sexta-feira foi a vez de o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, chegar a Trípoli com ofertas de ajuda.

Em Bani Walid, os combatentes do CNT passavam sobre caminhões gritando “Vamos lá, Bani Walid!.”

Horas antes, colunas de caminhonetes equipadas com armas antiaéreas haviam avançado para o centro da cidade.

Ao longo da manhã, a correspondente da Reuters no extremo norte da cidade ouviu intensos disparos vindos de Bani Walid, de onde muitos dos 100 mil habitantes fugiram ao longo da semana. Uma fumaça escura subia ao céu, e morteiros e foguetes Grad caíam ao redor das tropas do governo, no lado de fora da cidade.

Em Sirte, os combatentes do CNT se concentraram em torno de uma mesquita periférica, e outros se encaminhavam para o centro acompanhados por dois tanques. O combatente Mohammed, 23 anos, oriundo da cidade de Misrata, disse que a resistência parte de bolsões gaddafistas espalhados pela cidade – que décadas atrás era apenas uma modesta aldeia, e que Gaddafi pretendia transformar em uma “capital da África.”

(Reportagem de Maria Golovnina em Bani Walid, Alexander Dziadosz perto de Sirte, William MacLean e Joseph Logan em Trípoli, Sherine El Madany em Ras Lanuf, Emma Farge em Benghazi, Philippa Fletcher e Giles Elgood em Londres e Barry Malone e Sylvia Westall em Túnis)

REUTERS MTS

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